domingo, 9 de setembro de 2012

VAI BARQUINHO


Cruzando o rio vai o barquinho,
cortando caminho,
e nele segue o pescador,
aliás desprovido de anzol,
apreciando só a paisagem,
agora é apenas um pensador.

Pensa na dor,
distrai vendo uma flor,
nem sente o calor,
imaginando o amor.

Vai barquinho,
no teu balançar,
pode-se tudo aspirar,
a brisa para refrescar,
o trecho encurtar,
a felicidade pescar,
Ah, como faz falta o caniço!

Vai barquinho,
no imenso azul, destoas prateado,
e aquele que te conduz
nem repara que, do rio,
já estão do outro lado.

Volta barquinho,
já cai a noite,
atraque-se em teu porto,
devolvas o teu condutor ao ninho,
e lá, ele sozinho,
refletirá o caminho que contigo fizeste
mas que na verdade foi só tu que traçastes,
pois ele navegou na saudade,
nada concluiu, além de vontades.

Se amanhã o sol novamente brilhar
tu irás novamente o rio percorrer,
Mas não saias,
se teu companheiro o anzol esquecer,
quem sabe um cardume de alegrias encontrarão,
e o pensador volte a ser um pescador.


Nenhum comentário:

Postar um comentário