Cruzando o rio vai o
barquinho,
cortando caminho,
e nele segue o pescador,
aliás desprovido de
anzol,
apreciando só a paisagem,
agora é apenas um
pensador.
Pensa na dor,
distrai vendo uma
flor,
nem sente o calor,
imaginando o amor.
Vai barquinho,
no teu balançar,
pode-se tudo aspirar,
a brisa para refrescar,
o trecho encurtar,
a felicidade pescar,
Ah, como faz falta o
caniço!
Vai barquinho,
no imenso azul, destoas
prateado,
e aquele que te
conduz
nem repara que, do
rio,
já estão do outro
lado.
Volta barquinho,
já cai a noite,
atraque-se em teu
porto,
devolvas o teu
condutor ao ninho,
e lá, ele sozinho,
refletirá o caminho
que contigo fizeste
mas que na verdade
foi só tu que traçastes,
pois ele navegou na
saudade,
nada concluiu, além
de vontades.
Se amanhã o sol
novamente brilhar
tu irás novamente o
rio percorrer,
Mas não saias,
se teu companheiro o
anzol esquecer,
quem sabe um cardume
de alegrias encontrarão,
e o
pensador volte a ser um pescador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário